Poesia para os teus ouvidos

Fernanda Tosoni é estudante de Arquitetura e curte rabiscar poesia em forma de verso, prosa e desenho. 

O que você achou?

Você pode mandar sua poesia falada pra gente nesse email acá:

 isanarcizo90@gmail.com


Vem, vem, vem.

Narcizo

Inspirando-se

Antes de dar dicas de como treinar para sua performance, queria mostrar pra vocês alguns espaços para entrar de vez nesse mundo performático artístico de abalar estruturas físicas e mentais e chutar paus de barraca. 

Button Poetry
(Créditos: Savvythemermaid on Pinterest)

BUTTON POETRY <tumblr, youtube, soundcloud>

Esse canal americano de Minneapolis foi um divisor de águas na minha vida. Abriu portas para esse universo paralelo da poesia falada. 

Neil Hilborn (Créditos: Button Poetry Channel)

Fundado em 2011, o canal reúne vídeos de performances de poesia falada (todas em inglês, mas o Youtube disponibiliza várias com legenda, se você quiser). 


Se você quiser, também tem o canal do Button no SoundCloud. Aliás, no Sound Cloud mesmo tem várias outras performances. Só dar um zap por lá. 

Um vídeo muito famoso é de um cara chamado Neil Hilborn, que apresenta o poema OCD, sobre amar alguém quando se tem TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo = OCD, Obsessive Compulsive Disorder). 

Ele foi campeão do College National Poetry Slam em 2011. 

Mas você pode encontrar vários outros poetas performando lá! É até bom pra treinar o seu ouvido anglo. 

Emerson Alcalde se apresentando em Toronto, 

no North-South Griot Summit

PROJETO SÓFÁLÁ, torneio de poesia falada do Red Bull Station

O Red Bull Station promove esse torneio  uma vez por mês, sempre nos Sábados, reunindo slammers (os artistas que fazem slam poetry) para se apresentar e competir. O projeto foi idealizado pelo artista Emerson Alcalde.

COLETIVOS ARTÍSTICOS NA INTERNETS

Não conheço muitos coletivos artísticos, é verdade. Mas queria apresentar dois que amo: eles organizam eventos de ocupação de rua, reunindo pessoas em torno de apresentações teatrais, música, práticas circenses e performances de poema - vale tudo, só não pode ficar de esqueleto parado e mente fechada.

Barravento, do Coletivo Alce Negro

ALCE NEGRO

Alce Negro é coletivo novo ainda - mas começou muito, muito bem: primeira reunião de ocupação artística e ativa do espaço urbano que organizou carrega o nome de BARRAVENTO, e rolou na Praça dos Andradas, no centro da cidade de Santos, Baixada Santista. 

Foi a primeira vez que eu me apresentei pra tanta gente desconhecida.
Performei um poema de uma parceira muito querida, a Marina. 
Inesquecível. Quando terminei de apresentá-lo, olhei pra ela e a emoção tomou conta.
Ficou nítido que essa podia ser uma missão:

Transformar poemas em barulho bonito.

Barravento foi ótimo. Mas ainda falta apresentar o

PIRATAS DO MAXIXE

Jambu, organizado pelo
Piratas do Maxixe, em Santos

Na boca deles, o Piratas é um Coletivo caiçara de 5 produtores e artistas que seguem no fluxo de saques e pilhagens artística-urbana. Entre outras coisas, volta e meia fazem aparições discotecárias por esses 7 mares.

Promovem eventos que reúnem artistas e pessoas interessadas em usufruir a rua como espaço onde todos podem se manifestar e interagir. O mais famoso desses eventos é a JAMBU.

Sempre marcam com muita antecedência no Facebook, mas o local só é revelado um dia antes, ou no dia do evento.

O próximo Jambu é dia 28 de Novembro. Tá convidado. Se você tiver pela Baixada Santista, é só colar.


Eaê! Por que você não procura um coletivo na sua cidade? Bem que você podia montar um, também. É só querer - a internet viraliza e reúne os de boa-vontade pra fomentar a arte, a união, a atividade coletiva!


Não tem desculpa pra não se manifestar. Deixar teus escritos na gaveta, ficar de boca calada? Sério mesmo? Se isso te move, veio pra transformar. Por que não transformar pra melhor o teu entorno também?

Tenta. Na próxima postagem, vai rolar um Glossário e dicas pra você começar a treinar seu corpo, sua voz, tudo pra pegar confiança na tua performance.

Não vai embora, não. Não abandona a arte, não.

Fica.

Narcizo

A mão na massa - criando seu poema

Olha só essa performance, galera!

A Elisa Lucinda é atriz e poeta. Eu já a conhecia, mas não sabia que ela mandava tão bem nas performances. Esse poema me emocionou demais. O que esse poema te faz sentir?

Todos os créditos a Elisa Lucinda.

Você ainda não sacou o que é uma performance poética?

Bom, performance poética é nada mais do que incorporar a voz de um poema. Cria-se um poema para ser falado, não simplesmente lido em voz alta. Para isso, existem algumas técnicas de voz, postura e  gestos corporais (que são mínimos). 

ESCREVENDO SEI LÁ O QUE TU QUER ESCREVER O SEU POEMA:

Para escrever um poema, você tem de entrar em contato com duas dimensões – 

A dimensão interna - seus pensamentos, sentimentos, visões de mundo 

e a dimensão externa - as pessoas e situações que provocam em você estes sentimentos e visões de mundo. 

Tudo isso está inserido em um (ou vários) espaço(s) e tempo(s). 

Esse contato pode se dar de diversas maneiras:

MERGULHANDO EM SI 

Você pode acessar suas memórias e as experiências pelas quais os seus 5 sentidos passam

MERGULHANDO NO OUTRO

Ouça e observe pessoas! O que elas te fazem sentir? Quem são elas? O que fazem? O que você deseja ou espera delas?

CONECTANDO-SE COM O ESPAÇO

Desenvolva sua leitura de mundo!

Como?

Lendo livros, revistas, vendo TV, conversando,  prestando mais atenção nos detalhes - ou seja, coisas que você normalmente deixaria passar despercebido.

Observe o mundo a sua volta com olhos mais críticos, mais questionadores.

Por que as coisas acontecem da forma como acontecem?

E se fosse de outra forma?

Como você gostaria que fosse?

LISTA DE VERDADES

No vídeo da Sarah Kay, ela fala que, para ter uma ideia do que você vai escrever, é legal fazer uma Lista de Verdades.

Exercício rápido pá-pum:

PENSE/ESCREVA TRÊS VERDADES PARA VOCÊ.

Pode ser simples! Exemplo:

• Eu sei que esse blog poderia ser melhor e mais cheio de conteúdo, mas tenho sono e fome demais para alimentá-lo do jeito que eu gostaria e que você merece.

• Amo minha mãe. Demais.

• Meu brigadeiro é o melhor do mundo.

(Ok - não precisa ser uma verdade absoluta e sim, você tem o direito de cair em contradição. Seres humanos são contraditórios por natureza. Fique tranquilo.) 

Mas se você a-do-ra listas, você pode fazer uma lista sobre qualquer coisa sobre você - isso ajuda a escrever, também:

1. Lista de Memórias
2. Lista de Qualidades ou Defeitos
3. Lista de Dicas que Eu Daria para o Mundo 
4. Lista de Pessoas que Amei e Não Converso Mais (acontece.)
5. Lista de Acontecimentos Alegres/Tristes do Dia
6. Lista de Coisas que Amo ou Odeio ou Que Amo e Odeio ao Mesmo Tempo
7. Lista de pensamentos que tenho quando estou no banheiro (TOTALMENTE VÁLIDO)

E assim por diante.

Por que não começa e manda pra gente?

Vem!

Te espero.

Narcizo

Poeta: Kay

Preciso te apresentar uma pessoa:

Sarah Kay.

Por que é importante conhecê-la?

Sarah Kay (19 de Junho de 1988 -) é uma poeta estadunidense. Ela não só escreve, como lê e realiza performances de poesia pra diversos tipos de audiência. 

Sarah em sua performance no TED 2011

É co-fundadora de um projeto chamado V.O.I.C.E., que conecta pessoas dedicadas a estudar e trabalhar com poesia falada para usá-la como ferramenta educacional e motivacional. Entra lá, vai - tem um espaço para tirar dúvidas, conhecer o projeto e dizer um alô.

Começou a escrever poema com 14 anos - e com essa idade começou a frequentar um bar famoso chamado Bowery Poetry Club, em Manhattan, que abre espaço para poetas mandarem ver no microfone.  

E apareceu no TED falando sobre perfomance de poesia e seu trabalho pelo mundo - dá uma olhada no vídeo (ela introduz com uma performance mas, se você quiser, depois dá umas boas dicas para iniciantes).

Inspirada nessa moça, vou te apresentar umas dicas pra começarmos a treinar.

Fica aí.


Narcizo

Licença pra chegar - uma introdução aos porquês da página

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 (Créditos: WeHeartIt)

Muitas pessoas gostam de escrever. Fluxos mentais, um diário de pensamentos e acontecimentos, poemas, crônicas, cartas - e adoram o que fazem. É realmente um exercício de loucura e sanidade ao mesmo tempo. 

Contudo, às vezes não basta só escrever. Às vezes, o texto simplesmente precisa ser falado.

É aí que nasce uma performance. 

Segundo uma moça chamada Sarah Kay (uma performancista linda de poemas), a performance é como se fosse o casamento entre Literatura e Teatro. Mas não é só deixar fluir - entre vários outros pormenores, requer trabalho mental, persistência e, além de tudo isso, conexão com o texto.

Como?

A gente explica já, já.

Fica acá.

Narcizo